Algumas questões sobre Introdução à Lógica
1º A lógica é
uma Ciência?[1]
2º Qual a diferença entre a Lógica
filosófica e a Lógica espontânea ou empírica?[2]
3º Por que a Lógica pertence à
filosofia normativa?[3]
4º Como podemos dividir a Lógica?[4]
5º O que é Lógica formal ou menor?[5]
6º O que é Lógica material ou maior?[6]
7º Quantas e quais são as operações
do espírito? Como a Lógica formal compreende essas operações?[7]
8º É a lógica material ou maior que define os métodos das matemáticas, da
física, da química, das ciências naturais, das ciências morais etc.?[8]
9º O que significa apreender do ponto
de vista lógico?[9]
10º O que significa “a ideia”, ou
conceito? Em que difere da “imagem”?[10]
11º O que significa “termo”? Por que
é necessário distinguir do ponto de vista lógico o termo da palavra?[11]
12º Pode-se considerar uma ideia, e
assim também um termo, do ponto de vista da compreensão e do ponto de vista da
extensão. Esta distinção é de importância capital para toda a lógica formal.
Explique essa distinção.[12]
13º Defina juízo.[13]
14º Quais os três elementos que
comportam o juízo?[14]
15º Defina proposição, e explique
como a proposição se compõe.[15]
16º Como se apresenta o verbo da
proposição lógica?[16]
17º Como podemos classificar as
proposições?[17]
18º Do ponto de vista da quantidade,
como as proposições podem ser divididas?[18]
19º Do ponto de vista da qualidade,
como as proposições se apresentam?[19]
20º Como toda proposição tem no mesmo
tempo uma quantidade e uma qualidade, podem se distinguir quatro espécies de
proposições, que os lógicos designam por vogais, quais são?[20]
21º Explique quando as proposições são contraditórias. Dê exemplo.[21]
22º Explique quando as proposições
são contrárias. Dê exemplo.[22]
23º Explique
quando as proposições
são subcontrárias. Dê exemplo.[23]
24º Explique
quando as proposições
são subalternas. Dê exemplo.[24]
[1]A Lógica é, de fato, a ciência das
leis ideais do pensamento, isto é, um sistema de
conhecimentos certos, fundados em princípios universais.
[2]
Podemos chegar e chegamos muitas vezes à verdade sem o auxílio da Lógica
científica, sobretudo quando as operações intelectuais não comportam uma grande
complexidade. Neste caso, é suficiente a Lógica espontânea, da qual a Lógica
filosófica é tão somente um aperfeiçoamento metódico.
[3]
Porque não tem por fim definir o que é, mas o que deve ser, a saber, o que
devem ser as operações intelectuais para satisfazer às exigências de um
pensamento correto. Ela estabelece as condições, não de existência, mas de
legitimidade.
[4]
.Lógica formal ou menor e Lógica material ou maior.
[5]
É a parte da Lógica que estabelece a forma correta das operações intelectuais,
ou melhor, que assegura o acordo do pensamento consigo mesmo, de tal maneira
que os princípios que descobre e as regras que formula se aplicam a todos os
objetos do pensamento, quaisquer que sejam.
[6]
É a parte da Lógica que determina as leis particulares e as regras especiais
que decorrem da natureza dos objetos a conhecer.
[7]
São em número de três, a saber: a apreensão, o juízo e o raciocínio, a Lógica
formal compreende normalmente três partes, que tratam da apreensão e da ideia,
— do juízo e da proposição, — do raciocínio e da argumentação.
[9]
Apreender significa apanhar, tomar, e a apreensão do ponto de vista lógico é o
ato pelo qual o espírito concebe uma ideia, sem nada afirmar ou negar.
[10]
A ideia, ou conceito, é a simples representação intelectual de um objeto.
Difere essencialmente da imagem, que é a representação determinada de um objeto
sensível.
[11]
O termo é a expressão verbal da ideia. Do ponto de vista lógico, é necessário
distinguir o termo da palavra. O termo pode de fato comportar várias palavras
(por exemplo: o bom Deus, alguns homens, uma ação de estrondo), que,
entretanto, constituem uma única ideia lógica.
[12]
1. A compreensão é o conteúdo de uma
ideia, isto é, o conjunto de elementos de que uma ideia se compõe. Assim, a
compreensão da ideia de homem implica os elementos seguintes: ser, vivente,
sensível, racional.
2. A extensão é o conjunto de sujeitos a
que a ideia convém. É assim que ideia do homem convém aos canadenses, aos
franceses, aos negros, aos brancos, a Pedro, a Tiago etc.
[13]
O juízo é o ato pelo qual o espírito afirma alguma coisa de outra; "Deus é
bom", o "homem não é imortal" são juízos, enquanto um afirma de
Deus a bondade, o outro nega do homem a imortalidade.
[14]
O juízo comporta então necessariamente três elementos: um sujeito, que é o ser
de que se afirma ou nega alguma coisa; um atributo ou predicado: é o que se
afirma ou nega do sujeito; uma afirmação ou uma negação. O sujeito e o atributo
compõem a matéria do juízo e a forma do juízo resulta da afirmação ou da
negação.
[15] A proposição é a
expressão verbal do juízo. Ela se compõe, como o juízo, de dois termos, sujeito
e predicado, e de um verbo, chamado cópula (isto é, elo), pois liga ou desliga
os dois termos.
[16]
O verbo da proposição lógica é sempre o verbo ser, tomado no sentido copulativo
ou relativo, como nesta proposição: "Deus é bom", e não no sentido
absoluto, em que ele significa existir, como nesta proposição: "Deus
é". Muitas vezes o verbo gramatical compreende a um tempo o verbo lógico e
o atributo. Assim, esta proposição: "Eu falo" se decompõe, do ponto
de vista lógico, nesta: "Eu sou falante". Da mesma forma, "Deus
existe" se decompõe assim: "Deus é existente".
[17] Podemos classificar as
proposições do ponto de vista da quantidade e do ponto de vista da qualidade.
[18]
A quantidade de uma proposição depende da extensão do sujeito. Pode-se então
distinguir:
a) As proposições
universais: aquelas cujo sujeito é um termo universal, tomado universalmente.
Por exemplo: "O homem (ou: todo homem) é mortal".
b) As proposições
particulares: aquelas em que o sujeito ê um termo particular: "algum homem
é virtuoso".
c) As proposições
singulares: aquelas cujo sujeito ê um termo singular: "Pedro é
sábio", "esta árvore é velha". Estas proposições, devem ser
assimiladas, às proposições universais.
[19]
A qualidade de uma proposição depende da afirmação ou da negação, conforme a
relação do atributo ao sujeito seja uma relação de conveniência ou de não
conveniência.
[20]
a)A universal afirmativa (A): Todo homem é mortal.
b)A universal
negativa (E): Nenhum homem é puro espírito.
c)A particular
afirmativa (I): Algum homem é sábio.
d)A particular
negativa (O): Algum homem não ó sábio.
[21]
Chamam-se contraditórias duas proposições que diferem ao mesmo tempo pela quantidade
o pela qualidade: uma nega o que a outra afirma, sem que haja intermediário
entre a afirmação e a negação. Exemplo: Todo homem é sábio (A). Algum homem não
é sábio (0).
[22]
Chamam-se contrárias duas proposições universais que diferem pela qualidade.
Exemplo: Todo homem é sábio (A). Nenhum homem é sábio (E).
[23]
Chamam-se subcontrárias duas proposições particulares que diferem pela
qualidade: Exemplo: Algum homem é sábio (I). Algum homem não é sábio (O).
[24]
Chamam-se subalternas duas proposições que só diferem em quantidade. Exemplo:
Todo homem é virtuoso (A). Algum homem é virtuoso (I). Nenhum homem é puro
espírito (E). Algum homem não é puro espírito (0).
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